segunda-feira, 15 de junho de 2009

À VÉSPERA DA SEGUNDA-FEIRA


Por André Caixeta Colen

Pois bem!!! Vamos tratar aquela singela e maravilhosa experiência chamada véspera da segunda-feira de trabalho. Você descansou o final de semana tomou aquela “breja” gelada (Brahma, por favor!), comeu aquela picanha maturada, pegou um cinema “exxxperto” e às vinte e uma horas do domingo cai finalmente a ficha: “Putz!!! Começou o Fantástico!!! Acabou a alegria!!!”

É amigo!!! Este é o início do fim. Você já começa a ficar meio “emputecido”, de cara fechada, rosnando para todo mundo que passa à sua frente, o controle remoto da televisão começa a ser insistentemente pressionado, à procura de algo que o faça se esquecer da inarredável verdade: “Amanhã é dia de ‘trampo’!!!”

Ao passar pelos canais você se depara com um verdadeiro show de horrores é comentarista otário falando do campeonato brasileiro de um lado, é filmes de adolescente passando de outro. Documentários sobre a brabuletum sangrionesis de um lado, é a octogésima nova vez que reprisam “Fuga de Nova York” no SBT de outro.

“Colhega” o que lhe resta é arrumar as trouxinhas, tomar um banho e dormir. Então, resignado, você ajeita sua pasta de trabalho, revisa sua agenda, separa a roupa de trabalho e vai tomar banho.

Você entra no banho e se depara com a triste realidade: “Após se molhar todo você percebe que o sabonete acabou!”. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Data Foda-se a chance de você, num domingo, totalmente mal humorado por ter de trabalhar na segunda-feira, após se molhar todo no chuveiro, deparar-se com a triste realidade que seu sabonete acabou é de 86,8547236%.

Então, com corpo todo encharcado de água, você sai do box e tenta rapidamente alcançar o armário onde você guarda os demais sabonetes. Tentando se equilibrar você se encaminha meio trôpego e na ponta dos pés pensando que desta forma irá molhar menos o chão do banheiro (Amigo!!! Se liga!!! A lambrequeira será a mesma, estando na ponta do pé ou não!!!). Finalmente você alcança o armário, o abre e percebe que o estoque acabou e o restante dos sabonetes se encontra no armário do banheiro social.

Neste momento um grande dilema o toma: “Sair pelado, ir até ao banheiro social, pegar o sabonete e voltar ao banho!? Ou, ainda sujo, se enrolar na toalha e ir buscar o danado!?”.

Você decide então sair pelado, pois caso se enrole na toalha branca, recentemente colocada em uso por sua esposa, estando completamente sujo, será a mesma coisa de assinar a declaração de guerra.

E mais, e daí se ela o vir pelado!!! Foda-se!!! Quantas e quantas vezes ela já o viu assim!? No mínimo nove vezes a vigésima terceira potência de dez (caso não tenham entendido, eu desenho: “9 X 10²³”). Você encharca mais o tapete do banheiro para não encharcar a casa como fez com o banheiro, desliga o chuveiro (ao menos você não é perdulário e ainda tem um pouco de consciência ecológica) e sai em direção ao banheiro.

Mal saído do quarto você se depara com a cascavel, digo, demo, digo, sangue-ruim, digo, carne-de-pescoço, digo, sogra querida no corredor da sua casa indo em direção ao quarto de televisão. Você esta lá: badalo à mostra, todo molhado, puto-da-vida e para completar a vaca da “veia”, digo, sogra querida, resolve visitar sua esposa às dez da noite (E lá isso é hora visitar os outros!!! Só cascavel mesmo!!!! Digo, sogra querida!!!).

A sangue-do-demo, digo, S.Q. (sigla para sogra querida), começa entrar em colapso nervoso, afinal a última vez que ela viu um pinto de verdade foi no milênio passado, causando a ela sérios transtornos psicológicos. Sua mulher já dá aquele berro básico dizendo: “Astolfoooo (este é o seu nome: não me culpe, quanto pior, melhor!!!)!!! Tá doido!!! A mamãe (leia-se S.Q.) tá aqui!!!! (claro que está, ele a vê e ela não precisava dizer isso aos berros)”.

Você ainda meio desnorteado, não percebe que o vento fechou a porta do seu quarto. Apressadamente, se vira e corre em direção à segurança daquele e dá de cara com a porta. Evidentemente que você cai, badalo à mostra, sogra desmaiando, mulher gritando, nariz sangrando, dedão do pé doendo e o cóccix totalmente arrebentado.

Você se levanta, puto de raiva, abre a porta do quarto e antes de entrar, totalmente envergonhado, grita com a sua mulher: “PORRA, MARISTELA!!! A culpa é sua!! Toma banho, gasta todo o sabonete e nem pra trocá-lo!!! Caralho!!! Pega a droga do sabonete aí pra mim, caramba!!! Desculpa aí, dona Crotilde (leia-se S.Q.)”.

E você “colhega”!? Toma banho em casa não!? Fala sério!!! O mané nesta estória é você e, não, sua esposa. Era você quem deveria ter olhado antes de entrar debaixo d’água!!! Convenhamos, também, que dez horas da noite de um domingo não é hora de visita do demo, digo, sogra.

Finalmente, após conseguir o sabonete, tomar banho, enxugar todo banheiro e o corredor da casa, fazer com que o cramunhão, digo, sogra, se refizesse e a mandar pastar, digo, ir para a casa, você consegue finalmente deitar na cama. Nesta brincadeira já são quase onze e meia da noite. Diga-se de passagem, você tem de se levantar às seis e meia da manhã. Você ajusta o alarme para as cinco e meia da manhã e começa uma luta inglória, ou seja, tentar dormir.

Com o nariz doendo, cóccix doendo, dedão do pé latejando a tarefa de dormir torna-se praticamente impossível. Finalmente, lá pelas duas da matina você toma um tandrilax (remédio para dores musculares, também denominado de derruba leão) e finalmente, por volta, de três da manhã você consegue dormir.

Pontualmente, seu despertador toca às cinco e meia. Neste momento você comete outro erro fatal, principalmente quando se trata de uma segunda-feira: Você desliga o despertador e resolve cochilar mais cinco minutinhos. Contudo, aqueles cinco minutinhos se transformam em duas horas e quando percebe já são sete e meia da manhã.

Amigão!!! Começa um corre-corre, um vuco-vuco na tentativa vã de chegar a tempo no serviço!!! Segundo pesquisas promovidas pelo Instituto Data Foda-se as chances de você pegar uma retenção de 666 Km, numa segunda-feira em que você acordou atrasado é de 189,9995%. E mais, segundo o mesmo instituto, a chance do seu chefe, QUE SEMPRE CHEGA TARDE ÀS SEGUNDAS-FEIRAS, resolver pegar no “trampo” pontualmente às oito da manhã é de 349,98%.

Ééééé!!! Nesta brincadeira o que fica é a oportunidade única de conhecer dois franceses. Na verdade irmãos gêmeos. Um, o Siferrô, será quando você se der conta que vai chegar ao serviço por volta das dez da manhã. O outro será quando for conversar com o chefe, para justificar o atraso, aí conhecerá seu irmão, o Siborrô.

A segunda-feira e sua semana não poderiam começar melhor, né mesmo!?

quarta-feira, 3 de junho de 2009

DOMINGO É DIA

Por André Caixeta Colen

Pois bem!!! Chegou o domingo e com ele aquela sensação que a semana está prestes a começar. Você já acorda meio atravessado pensando: “Putz!!! Amanhã tem relógio de ponto!!!”. Você acorda ainda com aquele gosto de guarda-chuva na boca e uma ressaca pior do que Cabo Frio na invernada. Ainda com o cabelo todo bagunçado você se senta à mesa do café, toma um copo de leite com Nescau, termina de ver a corrida de Fórmula I, vê o Barrichello chegar, NOVAMENTE, atrás do alemão, fica puto de ódio lembrando-se de como era bom ver o Ayrton Senna pilotar, desliga a tevê e volta para o seu quarto.

Uma vez em seu quarto, você se deixa cair na cama e fica olhando para o teto como se estivesse esperando a morte da bezerra, ou um enorme meteorito cair sobre a terra, pois assim não precisaria trabalhar no dia seguinte, mas após alguns minutos em devaneios sobre meteoritos, mulheres peladas e afins, você decide reagir: levanta-se; coloca um short; uma camiseta; tênis; boné; óculos escuro; entra no Astrogildo (carinhoso nome dado a seu carro) e vai correr na Lagoa da Pampulha.

Caro leitor, você é um desportista de final de semana, em outras palavras, você é um mané que acha muito normal correr debaixo do sol abrazador das onze e meia da manhã. Então você estaciona o possante próximo da Igrejinha da Pampulha e já sai do veículo a trotes galopantes, mais parecendo uma gazela do que um corredor. Nesta brincadeira você já cometeu quatro erros: PRIMEIRO - o horário está errado; SEGUNDO - você não se alongou; TERCEIRO - homem não corre como gazela; QUARTO, E MAIS IMPORTANTE - você nasceu.

Então após uma hora de corrida você volta para o Astrogildo, coberto de suor, afinal já são meio dia e meia, não é mesmo jumento!? Então você sente que sua cabeça parece pegar fogo, mas se sente revigorado. Senta-se no possante e vai para casa. Chega à sua humilde residência toma aquele banho e pensa: “Tô zero!!!”

Ledo engano!!! Você — caro leitor — está prestes a começar a vivenciar o maior pesadelo de sua vida. Então, todo serelepe, você vai para o almoço na casa da avó. Afinal, domingão é dia de almoço na casa da avó!!! É aquele dia em que a cantina italiana se amontoa num canto da casa e todos, ao mesmo tempo, falam sobre diversos assuntos, todos desconexos e você deve entender tudo o que se passa. Vale lembrar que só você, que já nasceu nesta zorra, consegue fazer isso. Contudo, sua namorada (se você tiver ou conseguir que uma sobreviva a isso) não consegue!!! E mais, ao tentar fazê-lo ela (sua namorada) terá crises de vertigem e possivelmente desenvolverá algum tipo de transtorno do pânico.

Você chega e a balburdia já está formada. Você tem primo falando das conquistas da noite de sábado, primos falando do futebol que acabaram de jogar, primos falando do desgastante trabalho na empresa, mas principalmente todos falam mal dos que não compareceram, pois toda ausência é atrevida em uma cantina italiana.

Você já se sente em casa e logo entra na conversa falando da cervejada que rolou na noite anterior, naquele boteco descolado da zona sul, mas que na verdade é um tremendo copo sujo da zona leste.

Naquela zona você fala do seu assunto, ouvindo a conversa de um e dando “pitaco” na conversa de um terceiro. Enfim!!! É algo que beira a loucura, mas é maravilhoso (ao menos par você é!!!!).

Você nem percebe, mas já está com um copo de cerveja (Brahma!!! Por favor!!!) na mão e já começa a pensar que o domingo não é tão ruim como você estava pensando!!! Logo um de seus Tios (também brahmeiro) já chega com uma tábua com queijo tipo provolone em cubos, salaminho italiano fatiado, ciabata, azeite de oliva com orégano e limão siciliano cortado ao meio. “Meu amigo!!! O boteco da vó está oficialmente aberto!!!”

Num espaço de aproximadamente oito metros quadrados, você, sua irmã, e mais onze primos, suas respectivas namoradas (quando estas existem), seus tios e tias, vó, vô, cachorro, papagaio, periquito se espremem e freneticamente cada um falando mais alto do que o outro a fim de ser escutado, ou não. Neste ponto você começa a experimentar uma ligeira tontura e pensa que provavelmente já é a cerveja que começa a querer te ingressar na fase macaco do chaparral.

Lá pelas três da tarde o almoço é servido. Neste espaço de tempo você já consumiu umas sete latinhas de brahma, alguns petiscos e nenhuma água (atenção para a água, pois ela será uma grande lição para o futuro).

Forma-se a fila do rango e a casa da sua vó mais parece a fila do bandejão popular. Concomitantemente “brigas” se desenrolam para a marcação de cadeiras à mesa, ou seja, o inferno continua. Sua cabeça gira mais do normalmente giraria sob o efeito de sete latinhas, mas você pensa que logo isso passa, pois deve ser fome! Afinal você só tomou um copo de leite pela manhã, correu e não comeu nada que sustentasse.

Então quando chega sua vez de se servir lá está um maravilho Gnocchi (para quem não sabe esta é a forma italiana de se escrever nhoque). Caro leitor, para você, um fidedigno amante da cucina italiana, nada melhor que Gnocchi, como se não bastasse ainda há uma salada com tomates secos e mozzarella de búfala e de quebra um maravilhoso filé ao molho madeira (detalhe que o molho foi feito, não é destes que se compra pronto).

Você está varado de fome, com a cabeça girando mais do que um pião e o que faz!? Hein!? Exatamente, você desorienta e come como se o mundo estivesse acabando, como se aquele meteorito que você pensava pela manhã estivesse efetivamente se dirigindo à Terra.

Após encher o pandu (leia-se “estromago” ou estômago, como queiram!!!) o frenetismo continua na cantina. Contudo, você se sente estranhamente desconfortável, como se algo estivesse fora da ordem natural das coisas. De repente, as pessoas parecem que estão falando em uma rotação mais baixa e tudo se move em câmera lenta, você sente que algo está prestes a explodir.

Quando menos espera você já está parecendo aquela menina do filme exorcista, só lhe falta girar a cabeça. Você parece estar tomado por algum espírito maligno. Sua voz esta rouca, embargada e tudo que você comeu jaz no fundo do sanitário. Você mais parece um leão rugindo na savana da África. Você literalmente abraça o sanitário e o faz de refém. O único som que se escuta, vindo do banheiro, é você, estranhamente, chamando um colega de nome Rui:

—Ruuuuuuuuuuuuuiiiiiiii!!! Ruuuuuuuuuuuuuuiiiiiiii!!! Ruuuuuuuuuuuuuuiiiiiiii!!!

Quando finalmente acaba, trôpego, você tenta se levantar e sente aquela fisgada na parte posterior da coxa. Sim!!! É uma câimbra!!! Daquelas lancinantes!!! Você cai em silêncio porque não consegue nem gritar de tanta dor, sua cabeça gira, sua perna repuxa, seu estômago revira-se, sua testa arde, você começa a suar frio. Meu caro amigo, você apresentar sinais claros de insolação. Você, representante mor da manezisse, não se hidrata, não se alonga para realizar exercícios, saí para correr sob um sol causticante e aí, para arrematar seu dia, toma umas cervejas e come como se o mundo estivesse acabando.

Em meio a dores na coxa, vômitos e, agora, uma diarréia e febres sem fim você resolve pedir a ajuda de alguém. E aí, o drama-cômico italiano novamente se revela. De uma hora para outra todo mundo quer levá-lo ao hospital e começam a discutir quem vai realizar a façanha, no meio do nervosismo os primos brigam entre si e de repente ninguém mais quer levá-lo, enquanto isso você esta lá: passando mal; com câimbras; estômago doendo; literalmente “mijando pelos fundos”; com febre; e totalmente tonto.

Por fim, um dos parentes menos ensandecidos, pega e o leva para o Hospital. Lá você fica cerca de três horas esperando o atendimento (não perca a conta, já devem ser aproximadamente quase oito horas da noite) e antes que o médico possa dizer alguma coisa, você no auge do seu nervosismo e descontrole já diz:

— Se o senhor me disser que isso é virose eu vou quebrar a tua cara!!!!

O médico assustado só digna-se a dizer apenas que é uma insolação e que receitará, além de das três bolsas de soro fisiológico, um buscopan na veia e uma dieta líquida pelos próximos três dias (leia-se água e não cerveja).

Meu caro, você sairá do hospital por volta de uma hora da manhã e nos próximos três dias você não será ninguém. Este foi mais um belo e cotidiano domingão em família!!!

VOLTA AO MERCADO – VERSÃO MASCULINA

Por: André Caixeta Colen

Caro amigo leitor, você está naquele perrengue fenomenal, acabou seu relacionamento de seis, quatro, três anos, ou acabou um longo e dolorido casamento. Sejamos francos: Você está enferrujado!!! Você é coisa posta fora do comércio!!! Você é o verdadeiro tiozão das conquistas!!! A última vez em que você “ficou” com alguém na noite foi ao som da “pa-pa-pa-pa-pel”; “loosing my religion”, ou pior, ouvindo alguma música daquele bando de emos do AHA. E mais, o termo “ficar” sequer existia. Você é da época que oferecer Halls para a menina era sinônimo de “tô te querendo!!! E aí!? Rola!?”. Enfim amigão!!! Você é o verdadeiro dinossauro, o elo perdido do flerte moderno.

Contudo caro leitor, você é guerreiro, experiente, maduro e não se intimida pelo mundo da conquista, afinal, na sua áurea época você era pegador, garanhão, você era “o cara”. Mas amigo, hoje o homem pegador é o famoso galinha, garanhão é um cavalo reprodutor — e o pior — “fizeram” o cara e ele gostou tanto que se tornou traveco, fazendo ponto lá no alto da Afonso Pena (não me perguntem como sei. Eu só sei que é assim!!! Disseram-me!!!).

Após aquele período de hibernação referente ao término do relacionamento, algo em torno de três a quatro dias, você resolve sair e aí você esbarra com o primeiro problema dos dinossauros. Todos seus amiguinhos dinossauros ou estão casados, ou estão juntados, ou namorando sério, ou pior, morrerão (não atoa, você é uma espécie em extinção).

Apavorado você procura aquela velha caixa poeirenta, colocada atrás dos discos de vinil, lá no quartinho de despensa. Após se sujar todo com a poeira que se juntava nos vinis, bem como passar por três seções ininterruptas de espirro você consegue alcançar a bendita caixa.

Então todo fogoso e serelepe encaminha-se em passos triunfantes até a sua cama e como uma pessoa que acaba de descobrir uma arca repleta de tesouros você abre a caixa e lá esta ela: A AGENDA PRETA ESBEIÇADA.

Para os mais novos, que se encontram devidamente acostumados com a introdução de dados em sistemas hi-tech a agenda preta pode parece algo tormentoso. Esclareçamos então: antes do advento do palm top, celular, telefone sem fio, internet sem fio, namoros pelo msn, havia algo tão primordial para o ser paquerador quanto o próprio alimento que ingeria: A AGENDA PRETA. A agenda vinha em variadas formas, tamanhos e cores. Algumas até de forma pré-hi-teck eram sanfonadas para caber no bolso. Lá, você anotava o telefone de companheiros de golo, da moçoilas fogosas, das meninas de família e das pilantrinhas (piriguetes atuais).

Neste momento você começa a folhear a agenda procurando o nome de um amigo guerreiro, daqueles que nunca dispensavam uma boa noite de cerveja, conversa fiada e mulherada safada. Após breve procura você acha o nome do Pedrão. Ahhhh o Pedrão!!! Pedrão era o amigo das massas e se você era “o cara”, em seus tempo áureos, ele era “o tal”!

Daí você anota o telefone fixo que havia na agenda em seu celular — afinal você também se modernizou — e liga para o Pedrão. Contudo, você se esqueceu que este era o telefone da época de solteiro e quem o atende, às nove e meia da noite, com voz embargada de sono, é Dona Clotilde, mãe de Pedrão. Então meio sem graça você se identifica e Dona Clô (como você a chamava só para sacanear com Pedrão) o reconhece e desanda a falar de suas doenças, dos problemas de família, do safado que casou com Martinha (a irmã gostosa do Pedrão que você era doido para comer). Após torturantes quarenta minutos de ladainha ela passa o telefone do Pedrão sem tecer maiores comentários sobre o mesmo.

Neste momento você pensa, agora sim, vamos tentar começar a noite. Você liga para telefone e já são quase dez e quinze da noite. Atende a voz de uma mulher enraivecida dizendo aos brados estridentes: “Carlinhooooosss!!! Volta aqui com este OB, menino! Luííííza!!!! Tira este grampo da tomada senão você vai tomar um choque, praga!!! Alou!!! Alou!!! Com quem deseja falar!?”

Meio confuso e atordoado você diz que quer falar com Pedrão. E ela já em tom inquisidor pergunta: “Quem está falando!?”. Gentilmente você dá seu nome e ela chama o Pedrão. Ao passar o telefone você escuta a mulher falando com seu grande, velho e guerreiro amigo: “Você nem pense em sair daqui hoje. Senão serão três semanas de seca! Sem falar que vou contar tudo para mamãe (leia-se sogra miserável e sanguinolenta) e você sabe que ela consegue ser pior do que eu!”

Neste ponto você já desistiu do Pedrão e só troca meia dúzia de palavras, afinal, ele é um moribundo dinossauro dominado pela fêmea beta. Após esta luta inglória só lhe resta encarar a noite só. Daí, você vai tomar aquele banho, faz a barba, se arruma todo e resolve savassiar (verbo indicativo de vadiagem, safadeza e congêneres) e escolhe ir à “Pedra do Tatu”. Caro amigo, “Pedra do Tatu” é algo deixou de existir mais ou menos na época em que você deixou de existir para o mundo da vadiagem. Você chega à Savassi e descobre que a “verdade não é mais como era antigamente”. Os bares, botecos, tudo já não está mais ali.

Trafegando meio como uma barata tonta você vê uma entrada conhecida, um lugar amigo, sem pestanejar para o carro e entra na casa noturna, e pensa: “Putz!!! Ao menos a Lapoge ainda existe!!!”. Ainda entusiasmado pede uma cerveja gelada, uma tequila, mais uma cerveja e para finalizar um wisky, isto tudo, em menos de quarenta minutos. O mais engraçado é que somente ao pedir o wisky é que você percebe que a Lapoge agora se chamava Josefine. Você começa a perceber que a moças são, ou estão, um pouco diferente em suas atitudes, se esfregando uma nas outras com maior vigor do que normalmente faria. E o pior, os homens começam a olhar para você de cima embaixo com aquele olhar de rapina que você costumava lançar para as meninas na mesma antiga e boa Lapoge.

Em dado momento você sente alguém passando a mão na sua bunda e ao se virar vê um sujeitinho esquisito com cabelo bagunçado, como se tivesse acabado de acordar, segurando sua bunda, piscando o olho e dando beijinho. Pôôô meu irmão!!!! Você é menino-homem, cabra macho, não fica nesta de camuflagem e sem pensar duas vezes enche a cara do sujeito de porrada. Xiiiiii meu caro!!! Nestes instante você começa a apanhar alucinadamente e de forma generalizada leva pescoção de mulher, “homem” e dos seguranças da boate até ser jogado como um saco de lixo fedorento no meio da rua. É então que percebe que estava numa boate para emos e homos. Sua noite foi pro beleleu.

O que resta então!? Voltar para casa. Percebe então que na pancadaria você perdeu sua carteira com os documentos do carro e habilitação e sabe que não há a menor possibilidade de retornar ao estabelecimento para pegá-la, senão apanhará de forma mais avassaladora do que antes. Então, ciente que estava perto de casa resolve pegar o carro assim mesmo.

Caro leitor, antes você tivesse ido de taxi, pedido para que o motorista aguardasse enquanto você subia até sua casa, pegava o dinheiro e o pagava, pois no meio do trajeto quem manda você parar à margem da rua!? Hein!? Isso mesmo, a Polícia Militar em mais uma operação direção sem álcool. Como cidadão exemplar e solícito você encosta o carro o soldado vendo sua camisa rasgada pelas porradas que tomou na boate já arranca o berro (arma de fogo altamente mortífera) coloca na sua cabeça e diz aos brados: “Deeeeesce vagabundo!!! Anda filho da piiiii (respeitemos as crianças que podem estar lendo)!!! Ladrãozinho safado!!! Deeeesce que eu tô mandando!!!”

Você ainda meio tonto pelas porradas que levou na boate, aliado às biritas que havia tomado, sai do carro trocando as pernas. Mal acaba de descer do veículo e já leva um “pedala robinho” do PM, caindo de boca no chão. Assustado, sem dinheiro, sem documento e ligeiramente alcoolizado você diz: “Calma dotô!!! O carro é me...!!!”. Antes mesmo de acabar de falar, você já levou um chute de coturno no suan (rins, para quem não sabe) que o deixou além de mais tonto, totalmente sem palavras. Você molha as calças de urina e desmaia.

Duas horas depois, você acorda no corredor do Departamento de Investigações, algemado, com a calça fedendo a urina, com a camisa toda rasgada, suja e com um filho da piiiiii te fotografando para colocar na capa do super que trará a seguinte manchete: “AGRESSOR DE HOMOSSEXUAIS É PREZO APÓS CONDUZIR VEÍCULO ROUBADO ESTANDO TOTALMENTE EMBRIAGADO!”

Depois dizem que ser solteiro é fácil!!!! Fala sério!!!!!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

SABADIM COM A NAMORADA

Por: André Caixeta Colen

Chegou o sábado na vida de um enamorado. Não há coisa mais bela e gratificante que o amor, não é mesmo!? Você acha tudo bom, a vida é linda, os pássaros cantam com mais altivez, o céu está sempre azul (por mais que esteja nublado, pois você sabe que além das nuvens há o céu azul). Em resumo, você está num estágio de total e completo retardo mental.

Voltando! Chegou o sábado, dia de muita alegria e para quem tem namorada este dia é conhecido como o dia do namoro, ou “sabadim com a namorada”. Você acorda pela manhã toma aquele café “exxxperto”, vai a academia e dá aquela malhada. Na volta já está na hora do almoço, você “bate aquele tibá” e vai dar uma cochilada porque a noite promete (Ahhh amigo!!! De noite tem amigo!!! Afinal você tem namorada, ou seja, sexo gostoso garantido! Ou pelo menos é o que você pensa!). Daí, depois da sesta, lá pelas três ou quatro da tarde você liga para sua “princesa” (é como gentilmente você chama sua namorada, elas, as namoradas, também são conhecidas por vários outros nomes, tais como: gatinha, linda, princesinha, bizuzuzuzuzuuuuu, pequena, pequenininha, lindinha, mô, mozinho e muito outros apelidos imbecis, mas que você, como apaixonado que está, acha simplesmente maravilhoso).

Pois bem, é impressionante, caro leitor, como o ser humano em estado de paixão se torna imbecil regredindo ao estado de infantilidade primária, algo em torno da primeira infância. Reparem que todo casal babaquinha e apaixonado adora, simplesmente vibra, em falar como se tivessem cinco anos de idade cada um. Por que tamanha idiotice? Mas, por e pelo amor, iremos relevar.

O babaquinha liga para namorada e começa aquela ladainha de criança de cinco anos retardada do tipo:

— Oi môôôôôô!!!! Saudaaaaaaaaaade, linda!!! E aí!!! O que você fez hoje!?... (nesta fase do relacionamento, ou seja, no início ele realmente não se preocupa em saber que ao fazer esta pergunta à mulher esta vai, DETALHADAMENTE, descrever seu dia do momento em que espreguiçou em sua cama, até aquele presente momento. Ele, o abestado, digo, namorado, também não se importa em saber que o desenvolver desta estória será algo em torno de 3 horas de conversa telefônica, mas não se preocupem, pois a VIVO/OI/CLARO/TIM agradecem)

A conversa se desenrola mediante ladainhas de um lado e de outro por mais ou menos quatro horas e nestas quatro horas é conversado de tudo e ambos tentam achar similitudes em todas as áreas de conhecimento humano, afinal, eles foram feitos um para o outro, não é mesmo!? Após estas nauseantes quatro horas de conversa totalmente inúteis eles resolvem se despedir. Aí companheiro é mais meia hora se despedindo e a coisa se desenrola mais ou menos assim:

— Ahhhh môôôôô!!! Desliga você!!!
— Ahhhh nãããããooo, príncipe!!! Desliga você, vai!!!
— Ahhhh Linda, mas fui eu que liguei, então desliga você!!!
— Ahhhh paixão, mas eu não quero desligar eu vou ficar com xodadi (LEIA-SE SAUDADE)!!! Desliga você, vai!!
— Ahhhh Lindinha eu vou ficar com mais saudade do que você, então você é que tem de desligar!!!

PUTA QUE PARIU!!! Desliga essa porra de uma vez, caramba!!! Ninguém merece escutar uma conversa dessas. Fala sério!!! Enfim, você se lembra que o pamonha, digo, namorado, ligou para a pastel, digo, namorada, por volta das quatro da tarde e no decorrer de quatro horas e meia ficaram neste legedê desgraçado. Amigo se você fizer as contas já serão oito e meia da noite e o babaquinha, digo, namorado, marcou com a menina dez e meia da noite.

Considerando que o cabra mora a menos de dez minutos da casa da menina, que, até que se prove o contrário, ele é HOMEM, que seu banho é algo em torno de dez minutos, que troca de roupa em quinze minutos e que no total você terá gasto não mais que quarenta minutos para estar na porta da casa dela, você terá tempo de sobra para estar, PONTUALMENTE, às dez e meia da noite na casa da moçoila.

DETALHE IMPORTANTE!!! Será a primeira vez que nossa cobaia, digo, namorado vai conhecer a família da moça. Este tipo de encontro pode ser traumatizante e definitivamente firma como será todo o relacionamento com os familiares da pretendente.

Amigo!!! O babaquinha é homem e, se não bastasse, é fiote, ele se esqueceu que a mulher precisa, segundo estudos cientificamente comprovados, de no mínimo quatro horas, quando não oito ou doze horas, para se sentir devidamente arrumada para qualquer evento social que inclua sua saída para o mundo exterior (considera-se mundo exterior qualquer lugar além da porta de seu quarto).

Caro leitor, nosso exemplar de retardo amoroso chega à casa da moça pontualmente às dez e trinta da noite e ele acha, inocentemente, que a sua “princesinha” está pronta e à sua espera no sofá da sala — VAI SER MANÉ ASSIM LÁ NA CASA DO CHAPÉU!!! — Ele estaciona seu veículo a frente da casa da moça, desce do JUCLÉSIO (é como ele gentilmente chama seu possante) e como ele não possui celular, afinal, isso é coisa para gente rica, ele bate na campainha da casa da moça.

Espera cerca de uns cinco minutos, como é um cara tímido ele fica sem saber se deve bater novamente. Ele dá uma enrolada, finge ter esquecido algo no carro, mexe debilmente no banco de traz do JUCLÉSIO, fecha a porta, aciona o alarme e retorna a campainha, nisso já decorreu cerca de 15 minutos que nosso sofredor bateu a campainha pela primeira vez, mas ele tenta novamente. Neste instante aparece o irmão mais velho da moça, que se acha o próprio dono da casa, dizendo:

— Puta merda cara!!! Tem paciência não, porra!? Sou seu criado não, cara!!! Se liga!!! Entra aí, apressadinho!!! Olha só, minha irmã não tá pronta ainda e ela pediu para você ficar na sala com meus pai!!! Senta lá que daqui a pouco ele chega!!!

Detalhe é que o irmão da garota lhe dá aquela geral com o olho do tipo: “Tô te manjando cabra!!! Olha lá o que você vai arrumar com minha irmã!!”. Nosso amigo esboça um sorriso, levando aquela conversa e olhares na brincadeira (apesar de saber que não é) e finge ser um cara descolado.

Ele, como bom mineiro que é, à porta da casa, pede licença para entrar o irmão da moçoila, ainda tripudiando se vira para nossa cobaia, digo, namorado, já roxo de tanta vergonha e diz:

— Iiiiiiiiii!!! Agora ficar de onda para entrar!? Fica tocando a campainha igual a um tarado e agora pede licença para entrar!? Deixa de viadagem, cara!!! Entra aí, anda!!!

Nosso amigo, digo, cobaia já não sabe onde colocar a cara, ele preferiria morrer, queimar eternamente no fogo crepitante do inferno a estar ali, naquele momento. Mas ele é brasileiro, ele é guerreiro, e ele não desiste nunca. Novamente esboça aquele sorriso amarelo e adentra ao recinto.

O irmão aponta a direção da sala e você se encaminha para a porta e pensa: “não pode ficar pior do que já está!”. — PODE SIM E VAI FICAR!!!! — Quando você aponta na porta da sala lá esta ele, O TODO PODEROSO DA CASA, O CHEFE DA FAMÍLIA, O SOGRÃO.

Caro leitor, você sabe, assim como eu, que sogro não nasceu para ter cara boa para namorado, o sogro existe para, num primeiro momento, perpetuar o medo de uma possível castração caso você faça algo que não deveria (na concepção do pai da namorada), o sogro existe como um sistema de freios e contra pesos à sua libido e tara descontroladas em relação à filhinha que ele tanto ama.

Voltando a cena a nossa cobaia... digo, idiota... digo, retardado... digo, namorado aparece à porta da sala e o sogrão com a cara de antes de ontem dá uma olhada de cima a baixo e já pensa: “essa menina tá de sacanagem comigo!”.

Imagine comigo, o patrono da casa se encontra de pijamão, daqueles de short, sem camisa; cutucando, com o dedo, o umbigo, com a barriga cheia de migalhas de torresmo frito; também, pendendo sobre a pança, está o controle remoto da televisão; finalmente, com a outra mão segura languidamente uma latinha de cerveja.

Ele olha para você; coloca a cerveja na bancada ao lado da poltrona; retira o controle remoto que pendia sobre a pança; bate os farelos de torresmo sobre o chão e o sofá, mas que também acabam acertando sua calça LIMPINHA; CONTINUA COM O DEDO NO UMBIGO, levanta-se, estende a mão, que dantes guardava a cerveja, e diz:

— Carlos Ribeiro Lobato! Satisfação! Qual é sua graça!?

Por um breve instante nossa cobaia acha que o pai está perguntando se ele faz alguma apresentação de circo, ou que é comediante, e vem aqueles segundos constrangedores da total falta de entendimento por parte do namorado.

O sogrão, percebendo que o pamonha não entendeu a pergunta, novamente, já com a voz mais grave e de total reprovação pela cobaia não ter o conhecimento necessário da língua portuguesa, diz:

— QUAL É SEU NOME, MEU RAPAZ!?

Finalmente “cai a ficha” e nossa cobaia, com a voz trêmula a mãos suando, aperta a do SOGRÃO e diz:

— Sebastião Juventino Inácio Silva, muito prazer!!!

Nesta hora, amigão, a única coisa que se passa na cabeça do pai da menina é: “PUTA QUE PARIU!!! COM TANTO HOMEM NESSA TERRA, MINHA FILHA RESOLVEU NAMORAR COM UM PORTEIRO PARAÍBA! APOSTO QUE ESTE FILHO-DA-PUTA SÓ É CHAMADO DE TIÃO NO CONDOMÍNIO EM QUE TRABALHA DE VIGILANTE!!! MAS VAI SER RUIM DE ARRUMAR HOMEM PARA NAMORAR LÁ NA CASA DO CAIXA PREGO, PUTZ!!!”

Ele convida o TIÃO para se sentar no sofá, lembre-se que nossa cobaia está com a calça limpa e a porra do sofá está cheio de farelo de torresmo frito. Mas nossa cobaia, que é homem macho, sem frescuras, senta-se no sofá, defronte a televisão, que logicamente está transmitindo a merda de algum programa de bicho, e se fosse mais cedo, por volta das oito e meia da noite, seria a bosta do JORNAL NACIONAL.

Os minutos que se seguem são de total atenção ao tubo de imagem da televisão, você reza, desesperadamente, que o sogrão faça alguma observação sobre aquela merda de programa, só para você poder concordar com ele. Mas amigo, a porra do sogrão não fala nada, nem te oferecer a cervejinha ele oferece.

Daí, nossa cobaia cansada e desesperada pela ausência de qualquer pronunciamento por parte do sogrão, comete um erro terrível. ELE ABRE A BOCA PRIMEIRO. O TIÃO, ao ver um guepardo (para quem não sabe o que é um guepardo: é o, ou um dos, animal(is) mais rápido(s) do mundo) correndo atrás de um cervo africano diz em tom de satisfação:

— Naaaaaaaaassssssaaaaaaa (LEIA-SE NOSSA)!!! Esse bicho corre igual a linha de ataque do galo!!! (para quem não sabe Galo é o carinhoso nome dado ao glorioso, estupendo, fantástico, inigualável CLUBE ATLÉTICO MINEIRO)

Meu amigo, se este jumento, digo, namorado tivesse reparado um pouquinho na sala onde estava, ao invés de ficar olhando para o tubo de imagem da televisão, perceberia que acima daquela pendia uma faixa do Cruzeiro Campeão Mineiro de Futebol (para quem não sabe o Cruzeiro é o arquiinimigo do Galo, guardada as devidas proporções, é o que o Bin Laden é para o mundo Judáico-cristão Ocidental), logo ao lado uma taça com os dizeres: “Ao Sr. Carlos Ribeiro Lobato membro honorífico do conselho deliberativo do Esporte Clube Cruzeiro.” Do outro lado da faixa um copo, daqueles comemorativos dizendo: “Meu nome é Carlos e eu amo o meu Cruzeiro querido!”

Amigo, o cara se ferrou de um jeito quase inenarrável. SINCERAMENTE, eu fico até com vergonha de continuar esta narrativa, mas por amor à comédia continuemos...

Neste instante o sogrão se vira para o TIÃO e diz na lata:

— Putz rapaz! Você sai lá da Paraíba, ou seja, da puta que o pariu, vem para Beozonte trabalhar de porteiro, tem TIÃO no nome, dá-se ao trabalho inútil e imbecil de torcer para um time de cachorrada e ainda, como se isso não bastasse, entra na minha casa e diz que esta porra de gato do mato (leia-se guepardo) corre igual a linha de ataque do Atlético!? Meu rapaz, qual foi a última vez que seu time ganhou alguma bosta que seja!? Hein!? Quando foi!?...

Éééééééé nossa cobaia se ferrou com vontade, mas ao menos puxou conversa com o sogrão. Certo é que o panguá comprou um inimigo para o resto de sua vida, mas conseguiu tirar algumas palavras daquela pança em forma de gente. O sogrão se empolga, afinal, ele é bicha, digo, cruzeirense assumido e começa descascar para cima de nossa cobaia, mas antes que pudesse continuar seu discurso das proezas da bicharada, digo, do Cruzeiro adentra ao recinto a SOGRA.

A SOGRA, também conhecida como cascavel, jararaca, demo, língua do capeta, filha-da-puta, sem-o-que-fazer e tantos outros singelos e delicados codinomes é peça fundamental neste sabadinho de namoro. Sem ela a tragédia não seria completa.

Pois bem, ela vem chegando com um moleton mais surrado do que detento na dutra ladeira, com uma camisa de propaganda toda furada e puída, sobre isso tudo um avental rosa com os dizeres “COOK”, um chinelinho de dedo havaiana já todo desgastado de tanto usar, com “bobs” no cabelo e um lenço sobre estes para evitar a gordura. Em suas mãos ela traz uma bandeja e sobre a bandeja um prato cheio de quibe frito (amigo, são dez e meia da noite, comer quibe frito agora é pedir para morrer) para o maridão (leia-se bicha, digo, cruzeirense, digo, sogrão).

Ao ver nossa cobaia ela rapidamente entrega a bandeja para o SOGRÃO estende sua mão e diz, muito cordialmente:

— Maria do Carmo Conceição Bonavides, muito prazer!

Nossa cobaia, levanta-se, aperta a mão da sogra e antes que ele pudesse falar o nome o SOGRÃO arrebenta:

— Esse daí é o TIÃO, o novo namorado da Jú!!!

— Muito prazer seu TIÃO!!! Eu sou a mãe da Ju!!!

A nossa cobaia sem saber onde coloca a cabeça, mas ainda com altivez responde:

— “Seu Carlos” é um brincalhão!!! Meu nome é Sebastião Juventino Inácio Silva!!!

— Ahhh, sim!!! Carlim é muito brincalhão mesmo, ainda mais depois de nove latinhas, né Senhor Carlos!? E você é daqui de Minas mesmmm!?

Nisso o pai pensa: “COM ESSE NOME DE PARAÍBA, QUALQUER LUGAR ACIMA DE MONTES CLAROS, PRA MIM, É RETIRANTE!!!”

— Sou sim senhora, nascido e criado em beozonte!!!

O pai suspira um pouco mais aliviado, mas logo reflete: “ESSE SAFADO DEVE SER A PRIMEIRA GERAÇÃO MINEIRA DOS RETIRANTES DO NORDESTE!!!” E nossa cobaia continua:

— Meu pai é do Ceará, minha mãe é mineira de São Romão!!!

Nesse momento, o pai de forma incontida diz:

— EU SABIIIIIIAAAAAAAAA!!!!!!

Nossa cobaia e a sogra param a conversa e olham para o sogrão que, sem graça, olha para a televisão e diz meio desconcertado:

— Eu sabia que este gato do mato aí iria pegar aquele bicho... estava na cara!!! Ohh gente, desculpa...

Nisso ele se ajeita novamente no sofá, entrega a bandeja para a “Dona Maria”, mas não sem antes pegar um quibe. Neste instante caros leitores, nossa cobaia realmente se vê diante de uma cena digna de Dante Alighieri, enquanto o sogrão mete a boca no quibe entre suas pernas abertas e a pança enorme que se projeta para cima das coxas o que nossa cobaia vê!? Isso mesmo!!! As bolas do sogrão!!! Meu amigo nossa cobaia já está a ponto de enlouquecer, mas quando pensa na princesinha que ele vai comer, tudo passa, inclusive a interminável uma hora e vinte minutos em que ele fica na sala com a sogrona e o sogrão na sala de TV assistindo Animal Planet.

Meu amigo, neste momento a nossa cobaia já não agüenta mais ver sobre a BRABULETUM SANGRIONESIS ele está de saco cheio. Neste momento quem aponta na porta da sala!? Sim!!! Finalmente!!!! A Juzinha Gostosinha!!! Nossa cobaia se levanta freneticamente e comete o maior erro que um namorado por cometer ao ver a namorada, num sabadinho que promete uma boa noite de sexo!!! Isso mesmo caro leitor!!! Ele não diz a ela o quanto está bonita, graciosa, LIIIIIINNNDAAAAAA, deslumbrante!!! Ele se contenta a somente se levantar da poltrona e dizer:

— E aí!!! Vamos!?

Putz amigão!!! O cara se ferrou com força mesmo. Ela olha para ele e diz secamente:

—“VAMO”!!!!

O TIÃO se despede rapidamente dos pais da moça e rapidamente se dirigi para o carro e pensando que o pesadelo havia acabado. Mas amigo, o pesadelo apenas começou. Após abrir a porta do carro para a menina, mostrar toda a cortesia e educação de um cavalheiro ele entra no carro e pergunta:

— E aí!!! Vamos para aonde!?

— Para qualquer lugar mesmo!!! Afinal, eu sou só um pedaço de carne para você, não é mesmo!? Eu fico três horas me arrumando só para você (MENTIRA DESLAVADA AMIGOS!!! ELA SE APRONTOU PARA AS OUTRA MULHERES QUE PORVENTURA ESTIVESSEM NO LUGAR EM QUE NOSSA COBAIA A LEVASSE), fiz minhas unhas, fiz escova, fiquei com aquela merda de sacador de cabelo esquentando minha cara QUARENTA E CINCO minutos e quando apareço, o que você diz!? Hein, TIÃO!? O que você diz!? “Vamos!?” PUTA MERDA TIÃO se no início do namoro está assim eu nem quero ver quando estivermos casados!!! (FALA SÉRIO AMIGÃO!!! NOSSA COBAIA NEM COMEU A GATA E ELA JÁ ESTÁ FALANDO DE CASAMENTO)

O fato é que nossa cobaia vai passar o resto da noite tentando se desculpar, vai, mal-mal, dar uns beijinhos na gata, vai gastar uma nota no bar porque ela de sacanagem vai querer comer e beber de tudo que for mais caro e não vai comer ninguém. Triste a realidade masculina. E depois tem mulher que diz que ser homem é que é bom. Fala sério!!!!!

Fato é que ela não vai querer ir para motel nenhum com nossa cobaia e ela deixará isso claro, tão claro como água da fonte. Amigo, não há nada que faça nossa cobaia destrancar as pernas que se fecharam na hora em que ele disse “Vamos!?”. O que vai rolar é que ele vai voltar, lá pelas seis da manhã para casa da menina, depois de ter gasto mais ou menos algo em torno de R$100,00 (isso incluso o dinheiro da gasosa, bar, a porra do flanelinha, e o cover artístico do violeiro do buteco descolado de zona sul) vai dar uns beijo na boca da Juzinha Gostosinha e só.

Conselho de amigo para nossa cobaia. Procure outra moçoila porque com esta ele já rodou!!!!

E VIVA O SABADIM COM A NAMORADA!!!

E VIVA AS COISAS DE NOSSO COTIDIANO!!!

SEXTA BOTEQUEIRA

Por André Caixeta Colen

Pois é amigão!!! Chegou sexta-feira, o DIA INTERNACIONAL DA CERVEJA, BOTECO E CONVERSA FIADA. Você não vê a hora de bater aquele último minuto do expediente para sair correndo de sua mesa, bater o ponto no relógio e correr para um boteco, também conhecido por outros tantos nomes, tais como: Biroxxxca (como diriam os cariocas), barzinho e, segundo a padronização entabulada por Lineu, em seu sistema de classificação científica, conhecido como butecum sujismundus copi.

Todo animado, feliz da vida. Hoje tem amigão. Bater aquele papinho, rir muito, contar vantagens de preferência para outros homens, coisas do tipo: “Putz!!! Sabe aquela morena do expediente!? Aquela, gostosona!? Pois é cara!!! Ela ta me dando a maior idéia!?”, ou ainda, “Cara! Eu sei qual é. A tal de Raquel, né mesmo!? Cara!!! Você não vai acreditar, mas eu já comi aquela safada!” (detalhe, caro leitor, é que a Quelzinha, é como os íntimos (como eu) chamam a Raquel, só tem dois dias de casa na empresa).

Mas isso pouco importa amigão o que importa é falar dos três temas que mais circulam em mesas de botecos repletos de homens: FUTEBOL, CARRO E MULHER — Não necessariamente nesta ordem.

Caro leitor, imagine a cena:

“Cinco e quarenta e cinco da tarde, o relógio do seu PC chega ao ponto desejado por todo empregado. Começa aquela corrida frenética ao relógio de ponto que se localiza na saída da empresa (neste instante toca ao fundo a música Cavalgada das Valquírias de Wagner e tudo se move em câmera lenta). Você começa a trombar nos demais colegas que, como você, estão desesperadamente atrás da marcação de ponto. É aquele tumulto, um verdadeiro vuco-vuco.”

Amigo!!! A cena não fica nada a dever para um estouro de boiada!!! E aí, você chega ao relógio e o que está lá!? Hein!? Pois é amigo a MESBLA, do F.D.P., da JOSTA do relógio de ponto está marcando cinco e quarenta e quatro. Como você, os demais 218.421.815.318.121.566 funcionários da empresa fazem aquela fila indiana BABACA para marcar o ponto de saída.

Segundo a Lei de Murph, bem como estatísticas promovidas pelo Instituto Data Foda-se, a possibilidade de seu chefe aparecer neste momento de espera, varia entre 87,96% a 97,98%. Caro leitor!!! Você pode estar certo!!! Caso você for pego neste minuto interminável e totalmente constrangedor, com certeza na próxima sexta-feira você terá uma infinidade de tarefas “extras” a serem realizadas.

Amigo!!! Seja inteligente!!! Atrase o relógio de seu computador cinco minutos, pois a chance deste te sacanear, segundo estatísticas do Instituto Institucionalizado Instituído e Instalado Nacionalmente para os Empregados Embromadores Mineiros, o I.I.I.N.E.M., é de 99,84%.

Pois bem!!! O bosta do seu chefe não apareceu!!! (Bosta não, porra!!! O cara é gente fina!!! Gente fina, caramba!!! Vamos pegar leve, afinal eu também tenho chefe e vai que ele resolve ler esta merda). Aqueles sessenta segundos intermináveis se passaram, você marcou seu ponto, desceu as escadas, afrouxou a gravata, desabotoou o primeiro botão da camisa, dobrou a manga até a altura do cotovelo e agora está no estacionamento da empresa esperando os demais colegas se reunirem para escolherem o boteco que vão tomar aquela gelada.

É neste momento que tudo pode tomar dois caminhos totalmente opostos. Um, é aquele em que vocês vão para o “Boteco do Zé” (normalmente na esquina da empresa) vão tomar umas geladas e lá pelas oito ou nove horas da noite vão estar indo para o seio de seus lares, tranqüilos, relaxados e prontos para um excelente fim de semana que promete. Ou, dois, vocês vão para aquele bar badalado na zona sul da cidade e aí amigo é “pau dentro sem tirar”!

Segundo estatísticas promovidas pelo Instituto Mineiro de Botecos para Empregados Consumidores Incontroláveis de Levedo (I.M.B.E.C.I.L.), 99,99999999999% dos empregados preferem, na sexta-feira, os bares badalados na zona sul da cidade.

Tudo muito bem, tudo muito bom, você entra no seu carro e começa a jornada para aquele barzinho federal. Mas caro leitor, se ligue: É SEXTA-FEIRA mané!? E todo mundo que trabalha como você teve esta mesma magnífica e brilhante idéia!!! Ou você acha que só vocês trabalham por uma sexta-feira de pura cerveja gelada!?

Daí amigo é aquele trânsito fodido nas calças, é neguinho buzinando, é neguinho xingando a mãe, o pai, o cachorro, o papagaio, é motoboy passando igual um louco quase levando seu retrovisor (isso quando efetivamente não os leva junto consigo), é aquela dona-maria dirigindo como se a avenida fosse feita somente para o seu próprio deleite, é neguinho que tem idade para ser seu tatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatatataravó dirigindo numa velocidade compatível ao de uma lesma com preguiça.

Éééé amigo, o que era para ser um relaxamento começa a se tornar um inferno astral. Mas você é um cara bem humorado, de bem com a vida, afinal, hoje é SEXTA-FERIA, o DIA INTERNACIONAL DA CERVEJA, BOTECO E CONVERSA FIADA.

Então, após umas duas horas de muita buzina, poluição na cara, estresse, engarrafamento, donas-maria, velhinhos no volante, “motoboys”, você chega próximo ao local do bar descolado de zona sul.

Neste instante começa um novo suplício amigo, chamado LOCAL PARA ESTACIONAR O MAESTRO (nome dado ao carro de um grande amigo meu a quem resolvi render minhas homenagens, afinal a cada esquina era um concerto).

Meu amigo, o que você queria encontrar numa sexta-feira no centro de alguma capital brasileira: Quarteirões e quarteirões repletos de vagas para estacionar!? Fala sério!!! Você vai ter de penar para arrumar uma nesga de lugar para colocar o possante, sem falar na porra do flanelinha que fica enchendo o raio do saco dizendo: “Aee!!! Dotô vai querer vaga!?” (para o flanelinha até um cara dirigindo um fusca 66 é “dotô”).

Neste ponto sou obrigado a abrir um breve, mas significativo aposto:

“O Flanelinha é uma espécie de predador das ruas de grandes cidades brasileiras. É como uma praga, uma pestilência mesmo. Também conhecido como homo riscadum carrus esta subespécie humana, só comparada a estagiários, vive nas ruas das grandes metrópoles brasileiras perpetuando a extorsão sobre o manto da impunidade. Nem bem você estacionou o seu carro e o filho-da-puta, digo, flanelinha já vai lascando a chapuletada: “Aee Dotô pra segurança do esquema aqui é cinco conto adiantando, tá ligado!?” Cara, pode não parecer, mas os caras tabelaram, formaram cartel, se bobiar, até sindicato formado eles devem possuir. O que antes era um real só para calar a boca dos safados que faltavam chorar de tanto pedir, virou extorsão grossa. E se você não pagar. Putz!!! Ai fodeu tudo mesmo!!! Quando voltar da sua noitada você já perdeu para-brisa, lataria, som, enfim, VOCÊ SE FERROU COM FORÇA!”

Fechemos este breve aposto, pois você — caro leitor — você é um cara bem humorado, de bem com a vida, afinal hoje é SEXTA-FERIA, o DIA INTERNACIONAL DA CERVEJA, BOTECO E CONVERSA FIADA, então você dá o “cinquinho” para o flanelinha e sai em busca do bar descolado e alto astral.

Amigo!!! Fala sério!!! Você está em ponto de bala!! Você pensa: “PUTA MERDA!!! HOJE O BICHO VAI PEGAR COM FORÇA!!!” Você chega na esquina e encontra uma fila já quase dobrando e pensa: “QUE BANDO DE MANÉS!! SEXTA-FEIRA E ENCARANDO FILA DE BANCO ATÉ ESTA HORA!!!” E continua a andar até que se depara com a realidade:

MANÉ É VOCÊ!!! A FILA NÃO É PARA O BANCO, MAS PARA O BAR DESCOLADO QUE JÁ TÁ CHEIO DE GENTE DESCOLADA, TOMANDO UMA CERVEJA GELADA TOTALMENTE DESCOLADA, AZARANDO MULHERES DESCOLADAS E SE DIVERTINDO DESCOLADAMENTE.

E o que você faz!? Eu repito: o que você faz!? Isso mesmo: VOCÊ COLA NA FILA PARA ENTRAR NO BAR DESCOLADO, JUNTO COM OS PANGUAS DO SEU SERVIÇO.

Tudo isso pouco importa, não é mesmo. Você é um cara bem humorado, de bem com a vida, afinal hoje é SEXTA-FERIA, o DIA INTERNACIONAL DA CERVEJA, BOTECO E CONVERSA FIADA (isto está começando a parecer um mantra, puta-merda).

Então, finalmente, após mais duas horas em pé, secos por uma breja gelada, você conseguem por o pé dentro do bar (eu disse colocar o pé dentro do bar, porque mesa que é bom neca de pitibiriba). Se quiser vai ter de ficar espremido num canto do balcão do bar, em pé, junto com aquele outro monte de homens, pedindo, quase pelo amor de seus filhinhos (que você não tem), para que o barman lhe sirva uma cerveja estupidamente gelada. Daí o amigão (barman) lhe entrega a breja e você pensa: “Agora sim começou meu fim de semana!!! Agora é pau dentro sem tirar, porra!!”.

Ledo engano amigo, quando você coloca a cerva no copo vem mais espuma que banheira de hidromassagem com sabonete líquido. Exatamente!!! A PORRA DA CERVEJA ESTÁ QUENTE. Aquela cerveja gelada e descolada já acabou faz tempo (enquanto você esperava na fila para entrar no bar descolado, lembra!?). Não há algo mais depressivo e revoltante para uma sexta-feira, em um bar descolado de zona sul, que a bosta da cerveja quente. Vamos combinar, cerva quente é pior que remédio, pois é ruim, é amargo, é depressivo e não faz bem nenhum à saúde ou ao espírito.

Amigão!!! A M I G Ã O !!! Isso não importa. Você é um cara bem humorado, de bem com a vida, afinal hoje é SEXTA-FERIA, o DIA INTERNACIONAL DA CERVEJA, BOTECO E CONVERSA FIADA (esta parada está começando a me irritar).

Você então parte para outras bebidas, aquela caipirinha, aquela tequilazinha, aquele uisquinho, papo vem, papo vai, daí senta na cadeira do lado uma gata daquelas de parar o trânsito, mas com um bico do tamanho de um tucano, com a cara fechada e braços cruzados. Ai você, que já está mais altinho, está no ambiente de descolamento, resolve chamar a moça para bater um papo com a turma. Ela não pensa duas vezes e começa a prosear com você e os demais colegas. A coisa está ficando boa, né mesmo!!! Apesar de todo estresse no trânsito, a paranóia para estacionar O MAESTRO, a fila interminável do bar, as coisas estão começando a se acertar, não é mesmo!? E R R A D O!!!!

Caro leitor, quando você começa a achar que a noite vai render aquele motelzinho “exxxperto”, eis que aparece o namorado da moça, puxando você pela manga da camisa e perguntando: “Qualé mermão, tá de talarico com minha mina!? Cê tá doido, mermão!? Tem medo da morte não!?” Você olha para o caboclinho e ele é do tipo: “faço jiu jitsu, sou um cara criado no morro e bato pra caralho” (detalhe que o sujeito é um fedelho de zona sul, que faz jiu jitsu só para parecer marrento e nunca pôs o pé numa favela, salvo para comprar maconha pra “turminha” de boiolas que vão para sua casa quando os pais estão viajando).

Até este momento, tudo bem, a conversa é altamente contornável, você pergunta a garota se ele é mesmo o namorado dela, ela, por sua vez, diz que sim, mas que estão brigados.

Ora, qual é sua reação diante deste novo fato!? Você diz gentilmente ao babaquinha (leia-se fedelho): “Amigão não sabia que a moça aqui era sua propriedade e não tem nenhuma corda amarrado-a a nós, se ela quiser sair daqui será problema dela!” Você se vira para seus amigos e continua a conversa como se nunca houvesse tido tal interrupção, afinal é sexta-feira e a última coisa que você quer é confusão, estou certo!? E R R A D O!!!! Neste instante você só sente o safado te puxando novamente pela manga da camisa e dizendo: “Você vai morrer filho-da-puta!”

Ahhhhhhhhhh amigo, aí ninguém é de ninguém, é garrafada de um lado, é mulher gritando de outro, e mesa quebrando de um lado, você trocando tapa de outro, e cadeira rachando no cocoruto do fedelho de um lado, é o segurança do BAR DESCOLADO lhe dando um “mata-leão” do outro, até que, ultrapassados não mais que quarenta e cinco minutos no bar, você e seus amigos são colocados para fora, após de levar uns bons safanões.

Caro leitor, não se preocupe, pois você é um cara bem humorado, de bem com a vida, afinal... (AFINAL É A PUTA QUE TE PARIU SEU ESCRITOR DE BOSTA. VAI SE FODER, SEU MERDA!!!)

Bom, apelou, perdeu né!?

No mais a sexta-feira é um dia de revelações e expectativas por um excelente fim de semana que está por vir. Pelo menos é o que reza a lenda, né mesmo!?

sábado, 30 de maio de 2009

O CICLO MENSTRUAL DA BORBOLETA BRABULETUM SANGRIONESIS

Por André Caixeta colen

Estava outro dia eu e meu pai diante da televisão quando ao passar, freneticamente, pelos canais, como um bom representante humano do sexo masculino faz, me deparei com uma daqueles documentários sobre a vida selvagem. Como pessoa pouco crítica que sou, resolvi realizar uma breve, mas elucidativa resenha sobre o que é assistir a um destes programas.

A dúvida que me vinha à cabeça era relatar sobre qual programa, pois, hoje em dia, estes se proliferam mais que span na internet. Resolvi, então, após imensas pesquisas e exaustivas noites de NATGEO, DISCOVERY, ANIMAL PLANET e outros, relatar um programa sui generis que pretendia trazer o IMPORTANTÍSSIMO RELATAO o ciclo menstrual da borboleta australiana.

Muito bem!!! Tente imaginar aquela narrativa no bom e velho estilo National Geographic Channel, com Anthony Hopkins (Silêncio dos Inocentes, O mordomo inglês, Nunca te vi sempre te amei) como narrador. Você caro amigo, por breves instantes, começa a visualizar aquela paisagem linda dos grandes desertos australianos: cangurus pulado; cachorros selvagens latindo e uivando para a lua; lindos por-de-sois e, de repente, a câmera focaliza uma "brabuleta". Nestes instante começa o narrador:

— Estamos no meio do grande território do norte australiano aqui a borboleta australiana começa sua jornada de aventura, superação e sobrevivência, também conhecida como brabuletum sangrionesis é natural desta região inóspita do globo e vive do pólem que nasce dos cactus no meio do deserto. Sua vida, decerto, não é fácil a começar pelo seu ciclo menstrual, único e singularmente lindo, na natureza...

Aposto que quando você ler isso já vai estar no décimo sono, mas pense pelo lado positivo, se estiver com insônia será um excelente remédio. Voltando à narrativa:

— A borboleta assim que sai de seu casulo começa sua longa viagem às Ilhas Salomão no meio do pacífico onde irá se reproduzir, após passar por seu longo e tempestuoso ciclo menstrual. Tudo começa minutos após o primeiro bater de asas de sua jornada...

Daí amigão, começa seu martírio, sofrimento e desgaste emocional!!! Eles colocam aquela música, geralmente com violinos, mostrando aquele monte de paisagens lindas que te fazem ter vontade de pegar o primeiro avião e conhecê-las, mas só não contam que o local é cheio de muriçocas, pernilongos, que deixam calombos do tamanho do Maracanã.

Continuam matando o tempo cheio de paisagens lindas e aquela merda do violino que não pára de tocar, enfim, finalmente, o mané do cinegrafista, após umas 23 (VINTE E TRÊS) horas de filmagens ininterruptas consegue captar a porcaria da borboleta pousando na meleca de um flor de cactus, daí abaixa-se a música e o narrador volta triunfante. Contudo, antes de voltarmos a tocante narrativa, como escritor que sou, ou pelo menos tento ser, espero que esteja gostando dessa narrativa emocionante e comovente:

— Nossa borboleta está no início de seu ciclo menstrual fica claro uma vez que seu abdômen, normalmente preto, começa a tomar uma cor amarelada dada as cólicas que vem sentindo. Neste estado são muito comuns as borboletas machos acabarem mortas ao chegarem perto tentando qualquer tipo de aproximação sexual. A borboleta neste estágio menstrual demonstra-se arredia a qualquer contato e qualquer movimentação estranha, até mesmo de nossa câmera pode ocasionar seu vôo repentino e um ataque feroz, porém infrutífero, à lente desta...

Enquanto estão filmando a droga da barriga da “brabuleta, o bosta do pesquisador junto com o mané do cinegrafista ficam falando baixinho, como se a borboleta tivesse ouvidos. Fato é que eles tentam passar, mesmo que inutilmente, um ar de perigo e apreensão. Sinceramente — QUE BANDO DE MANÉS!!!

Novamente volta a porra da música com aquele violino desgraçado que você — caro leitor — já estaria doido pra quebrar na cabeça do safado que está tocando. Neste ponto do programa você já está doido para mudar de canal e ver o que está passando nos canais de filmes pornôs, ou nos canais de filmes, ou nos canais de seriados americanos — NECESSARIAMENTE NESTA ORDEM —.

Voltam também aquele monte de imagens babaquinhas mostrando aquela droga de por-do-sol, “realmente espetacular”, mostram os everglades australianos cheio de vida. Mas, sem pretensão nenhuma, se esquecem de mencionar os crocodilos de cinco metros totalmente famintos por uma boa carne humana. — Fala verdade!!! Pouco se importa para sua “companhia”, não é mesmo!? Ele ou ela, já está querendo saber se precisa de passaporte e visto para conhecer a meleca do país.

Totalmente entediado você resolve que está na hora de buscar uma nova alternativa, ou seja, canais de filmes pornôs, ou canais de filmes, ou os canais de seriados americanos — NECESSARIAMENTE NESTA ORDEM —. Contudo, MAS NÃO MENOS IMPORTANTE, sempre há um pentelho (leia-se companhia) que está "amando" o programa e dizendo: "nossa!!! olha só que paisagens lindas!! Não dá uma vontade de conhecer!?".— Fala sério cara! Ninguém merece!!!

Após cerca de mais 20 minutos com aquela musiqueta de violino, enchendo o raio do saco e mostrando aquele monte de paisagem babacas, o mané do cinegrafista, agora, após 45 horas de gravação tentando achar a droga da "brabuleta" consegue filmá-la. — Fala sério. Se a borboleta quisesse ser filmada ela ia participar do Big Brother, cara! Mas nunca ficar viajando pelo deserto australiano e este bando de manés ficam perseguindo a coitadinha doidos para vê-la menstruar. Que falta do que fazer da vida!!! Mas enfim, o mané (leia-se cinegrafista) continua atentamente filmando a borboleta, desta vez próximo à copa de uma árvore. Volta o pastel do narrador:

— Agora nossa "amiguinha" (que coisa gay, fala sério!?) está bem próxima de seu destino suas cólicas estão quase no fim e ela se prepara para recebe a "polinização masculina"...

Por que eles não falam trepar!? Seria mais estimulante, não acham!? Façamos um movimento pela vulgarização das expressões nos documentários sobre a natureza. PORQUE NÃO DIZER: "A PORRA DA BORBOLETA TÁ EM PONTO DE BALA PARA DAR AQUELA TREPADINHA BÁSICA!" Nosso caro pastel (leia-se narrador) continua sua prosopopéia desvairada:

— Neste estágio do ciclo a borboleta apresenta o abdômen totalmente avermelhado e começa a espalhar seus feromônios em busca do macho "polinizador"... (em prol da vulgarização, leia-se: a safadinha da borboleta começa a soltar um cheirinho no ar para dizer que está doidinha para achar um macho gostoso para dar aquela “bimbada”!)

O pastel, digo, narrador continua:

— Após quase dois meses seu ciclo se aproxima do fim e nossa amiguinha...

Neste momento você começa a desconfiar que o mané e o pastel tenham um affair. Essa coisa de amiguinha é muita boiolagem para um marmanjo que fica estudando borboletinha. Esse pastel é MULEQUE.... MULEQUE!!!

Novamente cortam a porra da filmagem e tacam mais paisagens babacas com aquele violino que você já não agüenta mais ouvir. Mas sua "companhia" está totalmente entretida na questão que envolve a porra da borboleta e você doidinho para ver um filminho. Na altura do campeonato, pode até ser água-com-açúcar, você nem liga mais para o que vai assistir, desde que não seja aquela merda.

Voltam finalmente com a borboleta, depois que o cinegrafista ficou mais de 72 horas tentando achar a droga da borboleta —pergunta: o que será que estes dois sujeitos ficaram fazendo nestas 72 horas em que ficaram acordados!? Miiiiistéééééééério!!! — e ela está próxima de um macho e finalmente você pensa — Putz! Agora a gente vai ter um pouco de ação nessa porra de documentário!!! — Neste momento o narrador, quase tendo um orgasmo múltiplo, recomeça sua fala:

— Os momentos que antecedem o acasalamento (pela vulgarização leia-se TREPADA) nossa amiguinha (definitivamente esse narrador esconde cobra) encontra-se receptiva e um macho se aproxima. Ele faz o cortejo (passando o 171 na gata) mostrando suas asas amarelo ouro e prata fosco (Prata fosco!? Que merda é prata fosco!? Definitivamente esse narrador é gay! Em tempo, pela vulgarização: “o caboclinho fica mostrando o cartão de crédito e o carrão importando para arrastar a gata pro motel!”)...

Neste instante o locutor se cala. Muita expectativa. Você começa a ficar interessado novamente no documentário, afinal, você pensa — VAI ROLAR UM SEXO GOSTOSO NA TV!!! — Daí quando o “borboleto” se aproxima da borboleta, o câmera fecha o close, o que acontece!? O que acontece, amigão!? Hummm!? Hein!? Isso mesmo amigo. Aparece uma porra de um camaleão, mete a língua no “borboleto” e na borboleta, e de uma só vez, como os dois. E o filho-da-puta do narrador diz:

— Desta vez nossa amiguinha não teve sorte em sua jornada, mas como ontem, hoje e sempre a borboleta BRABULETUM SANGRIONESIS continuou, continua e continuará a sua jornada de cólicas, mudanças de cor e temperamento, mas, sobre tudo, de vida!!

Como assim de vida!? Vida o caralho!!! A porra da borboleta morreu sem dar “umazinha” e você perdeu duas horas de vida para ver a porra de uma borboleta australiana, que não tem a menor importância para a economia mundial, ser devorada por um camaleão filho-de-uma-boa-senhora, antes de dar aquela metidinha com o “borboleto”.

Neste mesmo instante, você olha para o lado e se sua “companhia” for sua namorada, provavelmente estará com olhos rasos d’água porque a retardada da borboleta escolheu o lugar errado para dar a perseguida. Fala sério amigão!!! Ninguém merece este castigo!!!

Pense pelo lado positivo, caro leitor, se sua “companhia” for sua namoradaou sua esposa, você pode tentar consolá-la e daí pode até rolar um esquema mais hot. Ao menos a morte da borboleta e seu tempo perdido enfrente à TV não serão de todo em vão. Agora se for qualquer coisa que não sua namorada ou esposa, meus mais profundos e dolorosos sentimentos.

LONGA VIDA À BORBOLETA AUSTRALIANA!!!!

LONGA VIDA À BORBOLETA BRABULETUM SANGRIONESIS!!!!!