quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

História do Ete

André Caixeta Colen

Certa feita Marinete, que vivia com Elizete, resolveram sair com seu Chevet 77 que acabara de comprar.

Empolgadíssima, Elizete abriu o porta-luvas do carro, sacou a fita cassete e começou a ouvir – PASMEM!!! – Roxette. Aquela “safadieeenha”!!!

Papo vai, papo vem, elas encontraram a Bernadete, que acabara de comprar um Monza Hatch, após vender, muito bem vendido, sua mobilete.

Estavam dentro do carro Hatch: a Odete, Elizabete e a Ivonete (que era a maior piriguete).

A Odete, não ficou muito tempo, iria se encontrar com um gringo. Acho que era soviete. Tinha um nome esquisito. Um tal de Kubitschek. Metida ela, nem sabia falar nada além de português (que não rima com ete). Ela deveria ter buscado um intérprete. Dizia ela que ele era músico, violinista. Eu duvido, no muito deveria tocar um trompete.

Ivonete, que era vedete (além de piriguete, é claro!), estava cansada, queria ir para casa. Sabe como é! Pai com diabete, irmã paquete, irmão malandrete e, como se não bastasse, tinha uma mãe viciada em espaguete com molho etti (que coisa de pobre!).

Então, Marinete, Elizete, Bernadete, Elizabete e o Ney, que até agora não havia aparecido na estória, mas só o fez para foder com a rima do ete, foram para o bar do Seu Colèt, um francês metido, que só servia croquete.

Contudo, devo me render a uma coisa, ninguém na região fazia croquete como o Seu Colèt. Como ele mesmo sempre disse:

— Comigo ninguém compete!

Estavam lá todas conversando, Ney (o babaca que estragou a rima) contava um descoberta revolucionária, um tal de disquete. Acomete, que de repente, um pivete, portanto um canivete, o colocou no pescoço da Bernadete pegou a bolsa e saiu correndo, trombando, inclusive, na Garçonete do Seu Colèt.

Marinete, que tremia como vara verde, estava muito nervosa, meio chiliquenta mesmo. Daí um cliente meio que saía do toalete, mascando um chiclete disse:

— Se aquiete!

Aquilo tudo parecia uma cena de cinema, só faltou mesmo a claquete. Depois deste turbilhão de emoções, Marinete, Elizete, Bernadete, Elizabete entraram nos seus carros. Marinete no chevet 77 e a Bernadete no Monza Hatch. E antes que alguém complete, Ney ficou no bar comendo croquete do Seu Colèt e paquerando a garçonete (Não contem para ninguém, mas Ney era Gillette!).

Partiram, todas, para a quitinete da Margarete, amiga da Marinete. Chegando lá, Margarete, toda solicita, abriu uma grapette, cortou uma baguette, colocou na mesa e se colocaram a conversar. Elizete que estava morta de fome acabou comendo uma omelete.

Devo dizer que rimar com ete é difícil, às vezes, a gente se repete.

Em meio a baguettes, grapettes e alguns risos, Margarete resolve mostrar o novo brinquedo que comprou no sex shop. Menina, aquilo mais parecia uma Manéte (eu sei que não é acentuado, tá!?). Marinete, que só era acostumada com o “cotonete” do irmão da Claudete, que também até então não havia entrado na estória (ao menos ela não avacalhou a rima do ete, né mesmo!?), logo quis saber o endereço, para ter, ela também, o seu próprio manete.

Agora, este que narra esta epopéia, não tinha nenhuma máquina de datilografar Olivetti, então me sentei à frente deste PC, tentando redigir este texto, com muita dificuldade porque o filho-da-puta do Windows dizia estar com problema de soquéte (nem precisa dizer, eu já sei: Não tem acento no “e”!).

Eita danado do ete!