sábado, 30 de maio de 2009

O CICLO MENSTRUAL DA BORBOLETA BRABULETUM SANGRIONESIS

Por André Caixeta colen

Estava outro dia eu e meu pai diante da televisão quando ao passar, freneticamente, pelos canais, como um bom representante humano do sexo masculino faz, me deparei com uma daqueles documentários sobre a vida selvagem. Como pessoa pouco crítica que sou, resolvi realizar uma breve, mas elucidativa resenha sobre o que é assistir a um destes programas.

A dúvida que me vinha à cabeça era relatar sobre qual programa, pois, hoje em dia, estes se proliferam mais que span na internet. Resolvi, então, após imensas pesquisas e exaustivas noites de NATGEO, DISCOVERY, ANIMAL PLANET e outros, relatar um programa sui generis que pretendia trazer o IMPORTANTÍSSIMO RELATAO o ciclo menstrual da borboleta australiana.

Muito bem!!! Tente imaginar aquela narrativa no bom e velho estilo National Geographic Channel, com Anthony Hopkins (Silêncio dos Inocentes, O mordomo inglês, Nunca te vi sempre te amei) como narrador. Você caro amigo, por breves instantes, começa a visualizar aquela paisagem linda dos grandes desertos australianos: cangurus pulado; cachorros selvagens latindo e uivando para a lua; lindos por-de-sois e, de repente, a câmera focaliza uma "brabuleta". Nestes instante começa o narrador:

— Estamos no meio do grande território do norte australiano aqui a borboleta australiana começa sua jornada de aventura, superação e sobrevivência, também conhecida como brabuletum sangrionesis é natural desta região inóspita do globo e vive do pólem que nasce dos cactus no meio do deserto. Sua vida, decerto, não é fácil a começar pelo seu ciclo menstrual, único e singularmente lindo, na natureza...

Aposto que quando você ler isso já vai estar no décimo sono, mas pense pelo lado positivo, se estiver com insônia será um excelente remédio. Voltando à narrativa:

— A borboleta assim que sai de seu casulo começa sua longa viagem às Ilhas Salomão no meio do pacífico onde irá se reproduzir, após passar por seu longo e tempestuoso ciclo menstrual. Tudo começa minutos após o primeiro bater de asas de sua jornada...

Daí amigão, começa seu martírio, sofrimento e desgaste emocional!!! Eles colocam aquela música, geralmente com violinos, mostrando aquele monte de paisagens lindas que te fazem ter vontade de pegar o primeiro avião e conhecê-las, mas só não contam que o local é cheio de muriçocas, pernilongos, que deixam calombos do tamanho do Maracanã.

Continuam matando o tempo cheio de paisagens lindas e aquela merda do violino que não pára de tocar, enfim, finalmente, o mané do cinegrafista, após umas 23 (VINTE E TRÊS) horas de filmagens ininterruptas consegue captar a porcaria da borboleta pousando na meleca de um flor de cactus, daí abaixa-se a música e o narrador volta triunfante. Contudo, antes de voltarmos a tocante narrativa, como escritor que sou, ou pelo menos tento ser, espero que esteja gostando dessa narrativa emocionante e comovente:

— Nossa borboleta está no início de seu ciclo menstrual fica claro uma vez que seu abdômen, normalmente preto, começa a tomar uma cor amarelada dada as cólicas que vem sentindo. Neste estado são muito comuns as borboletas machos acabarem mortas ao chegarem perto tentando qualquer tipo de aproximação sexual. A borboleta neste estágio menstrual demonstra-se arredia a qualquer contato e qualquer movimentação estranha, até mesmo de nossa câmera pode ocasionar seu vôo repentino e um ataque feroz, porém infrutífero, à lente desta...

Enquanto estão filmando a droga da barriga da “brabuleta, o bosta do pesquisador junto com o mané do cinegrafista ficam falando baixinho, como se a borboleta tivesse ouvidos. Fato é que eles tentam passar, mesmo que inutilmente, um ar de perigo e apreensão. Sinceramente — QUE BANDO DE MANÉS!!!

Novamente volta a porra da música com aquele violino desgraçado que você — caro leitor — já estaria doido pra quebrar na cabeça do safado que está tocando. Neste ponto do programa você já está doido para mudar de canal e ver o que está passando nos canais de filmes pornôs, ou nos canais de filmes, ou nos canais de seriados americanos — NECESSARIAMENTE NESTA ORDEM —.

Voltam também aquele monte de imagens babaquinhas mostrando aquela droga de por-do-sol, “realmente espetacular”, mostram os everglades australianos cheio de vida. Mas, sem pretensão nenhuma, se esquecem de mencionar os crocodilos de cinco metros totalmente famintos por uma boa carne humana. — Fala verdade!!! Pouco se importa para sua “companhia”, não é mesmo!? Ele ou ela, já está querendo saber se precisa de passaporte e visto para conhecer a meleca do país.

Totalmente entediado você resolve que está na hora de buscar uma nova alternativa, ou seja, canais de filmes pornôs, ou canais de filmes, ou os canais de seriados americanos — NECESSARIAMENTE NESTA ORDEM —. Contudo, MAS NÃO MENOS IMPORTANTE, sempre há um pentelho (leia-se companhia) que está "amando" o programa e dizendo: "nossa!!! olha só que paisagens lindas!! Não dá uma vontade de conhecer!?".— Fala sério cara! Ninguém merece!!!

Após cerca de mais 20 minutos com aquela musiqueta de violino, enchendo o raio do saco e mostrando aquele monte de paisagem babacas, o mané do cinegrafista, agora, após 45 horas de gravação tentando achar a droga da "brabuleta" consegue filmá-la. — Fala sério. Se a borboleta quisesse ser filmada ela ia participar do Big Brother, cara! Mas nunca ficar viajando pelo deserto australiano e este bando de manés ficam perseguindo a coitadinha doidos para vê-la menstruar. Que falta do que fazer da vida!!! Mas enfim, o mané (leia-se cinegrafista) continua atentamente filmando a borboleta, desta vez próximo à copa de uma árvore. Volta o pastel do narrador:

— Agora nossa "amiguinha" (que coisa gay, fala sério!?) está bem próxima de seu destino suas cólicas estão quase no fim e ela se prepara para recebe a "polinização masculina"...

Por que eles não falam trepar!? Seria mais estimulante, não acham!? Façamos um movimento pela vulgarização das expressões nos documentários sobre a natureza. PORQUE NÃO DIZER: "A PORRA DA BORBOLETA TÁ EM PONTO DE BALA PARA DAR AQUELA TREPADINHA BÁSICA!" Nosso caro pastel (leia-se narrador) continua sua prosopopéia desvairada:

— Neste estágio do ciclo a borboleta apresenta o abdômen totalmente avermelhado e começa a espalhar seus feromônios em busca do macho "polinizador"... (em prol da vulgarização, leia-se: a safadinha da borboleta começa a soltar um cheirinho no ar para dizer que está doidinha para achar um macho gostoso para dar aquela “bimbada”!)

O pastel, digo, narrador continua:

— Após quase dois meses seu ciclo se aproxima do fim e nossa amiguinha...

Neste momento você começa a desconfiar que o mané e o pastel tenham um affair. Essa coisa de amiguinha é muita boiolagem para um marmanjo que fica estudando borboletinha. Esse pastel é MULEQUE.... MULEQUE!!!

Novamente cortam a porra da filmagem e tacam mais paisagens babacas com aquele violino que você já não agüenta mais ouvir. Mas sua "companhia" está totalmente entretida na questão que envolve a porra da borboleta e você doidinho para ver um filminho. Na altura do campeonato, pode até ser água-com-açúcar, você nem liga mais para o que vai assistir, desde que não seja aquela merda.

Voltam finalmente com a borboleta, depois que o cinegrafista ficou mais de 72 horas tentando achar a droga da borboleta —pergunta: o que será que estes dois sujeitos ficaram fazendo nestas 72 horas em que ficaram acordados!? Miiiiistéééééééério!!! — e ela está próxima de um macho e finalmente você pensa — Putz! Agora a gente vai ter um pouco de ação nessa porra de documentário!!! — Neste momento o narrador, quase tendo um orgasmo múltiplo, recomeça sua fala:

— Os momentos que antecedem o acasalamento (pela vulgarização leia-se TREPADA) nossa amiguinha (definitivamente esse narrador esconde cobra) encontra-se receptiva e um macho se aproxima. Ele faz o cortejo (passando o 171 na gata) mostrando suas asas amarelo ouro e prata fosco (Prata fosco!? Que merda é prata fosco!? Definitivamente esse narrador é gay! Em tempo, pela vulgarização: “o caboclinho fica mostrando o cartão de crédito e o carrão importando para arrastar a gata pro motel!”)...

Neste instante o locutor se cala. Muita expectativa. Você começa a ficar interessado novamente no documentário, afinal, você pensa — VAI ROLAR UM SEXO GOSTOSO NA TV!!! — Daí quando o “borboleto” se aproxima da borboleta, o câmera fecha o close, o que acontece!? O que acontece, amigão!? Hummm!? Hein!? Isso mesmo amigo. Aparece uma porra de um camaleão, mete a língua no “borboleto” e na borboleta, e de uma só vez, como os dois. E o filho-da-puta do narrador diz:

— Desta vez nossa amiguinha não teve sorte em sua jornada, mas como ontem, hoje e sempre a borboleta BRABULETUM SANGRIONESIS continuou, continua e continuará a sua jornada de cólicas, mudanças de cor e temperamento, mas, sobre tudo, de vida!!

Como assim de vida!? Vida o caralho!!! A porra da borboleta morreu sem dar “umazinha” e você perdeu duas horas de vida para ver a porra de uma borboleta australiana, que não tem a menor importância para a economia mundial, ser devorada por um camaleão filho-de-uma-boa-senhora, antes de dar aquela metidinha com o “borboleto”.

Neste mesmo instante, você olha para o lado e se sua “companhia” for sua namorada, provavelmente estará com olhos rasos d’água porque a retardada da borboleta escolheu o lugar errado para dar a perseguida. Fala sério amigão!!! Ninguém merece este castigo!!!

Pense pelo lado positivo, caro leitor, se sua “companhia” for sua namoradaou sua esposa, você pode tentar consolá-la e daí pode até rolar um esquema mais hot. Ao menos a morte da borboleta e seu tempo perdido enfrente à TV não serão de todo em vão. Agora se for qualquer coisa que não sua namorada ou esposa, meus mais profundos e dolorosos sentimentos.

LONGA VIDA À BORBOLETA AUSTRALIANA!!!!

LONGA VIDA À BORBOLETA BRABULETUM SANGRIONESIS!!!!!

4 comentários:

  1. Caro André, esse seu relato me fez lembrar uma longínqua noite em que, assistindo ao Globo Repórter, sobre a reprodução das tartarugas-marinhas, com um ex-namorado (depois digo quem, mas vc pode imaginar) roncando ao meu lado, me peguei com uma p... inveja dos referidos répteis...rs...

    Vida longa ao blog!!!!

    Beijão, Silvinha

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  2. Já estou escrevendo a orelha...rsrsrsrs

    Eu divirto muito com seus causos!
    Bjs

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